Luiz Bandeira
O Governo do Estado está realizando um investimento de R$ 97,7 milhões para a construção de mais 500 unidades habitacionais no Parque Ermitage, em Teresópolis. As obras estão em curso e a previsão é que sejam concluídas ainda este ano. As moradias serão destinadas às famílias que perderam suas casas na tragédia de 12 de Janeiro de 2011 e também àquelas em situação de vulnerabilidade social, de outros bairros afetados por catástrofes ambientais, e que recebem auxílio do aluguel social.



Todos os condomínios terão áreas de convivência, com centro comunitário, parque infantil, academia para Terceira Idade e área de churrasqueira. Foto: Imprensa/RJ
A nova fase do projeto contempla a construção de quatro novos conjuntos habitacionais, com um total de 25 blocos de cinco pavimentos. Cada apartamento contará com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Os novos condomínios terão áreas de convivência que incluem centro comunitário, parque infantil, academia ao ar livre para a Terceira Idade e espaço com churrasqueira. O prazo para a conclusão das obras é de 720 dias corridos, contados a partir do início da execução.
Segundo o projeto, haverá melhor estrutura em relação ao que foi entregue na primeira fase, que contemplou apenas vítimas da maior tragédia natural do país. Atualmente, o Parque Ermitage já abriga cerca de sete mil pessoas, e a expansão do conjunto habitacional reforça a política de moradia voltada à população mais vulnerável do município. “Assumi esse compromisso com famílias que esperam há tanto tempo e pedi prioridade nesse e nos demais projetos para os municípios da Região Serrana. Trabalhamos diariamente para que esses imóveis sejam construídos. O segundo condomínio do Parque Ermitage terá toda infraestrutura para dar dignidade e qualidade de vida a essas pessoas”, destaca o governador Cláudio Castro.

Comunidade mais estrutura
Morador do condomínio Orquídeas, Flávio Antônio Carreiro é um dos sobreviventes da tragédia de 2011 e atualmente mantém um pequeno comércio na região. Apesar de comemorar a ampliação das moradias, ele ressalta que ainda há muitas demandas básicas não atendidas na Fazenda Ermitage. “Falta uma escola aqui. Temos uma creche e um posto de saúde, mas a área do posto é grande e a unidade poderia ser transformada num posto de saúde da família. Muitas mães andam com os filhos até a escola da Fonte Santa, ando por uma pista perigosa. Isso precisa mudar”, afirma Flávio.

Segundo ele, há espaço e necessidade para novos comércios no bairro. “Conseguimos um alvará com a prefeitura e abrimos um pequeno comércio, mas seria bom ter mais. Isso ajuda os moradores e movimenta a economia local. Temos também uma feira de artesãos que funciona só de vez em quando. Poderia ser todo domingo, pra ajudar os próprios moradores a crescerem”, sugere.
Flávio também aproveita o momento político para fazer um apelo: “Estamos próximo do período eleitoral. Que o governador — e o próximo que for eleito — olhe com carinho para a Fazenda Ermitage. Somos todos vítimas daquela tragédia. Precisamos de mais atenção pra fazer esse lugar crescer”. Sobrevivente do 12 de Janeiro, ele lembra com emoção da sua história: “Sobreviver foi uma conquista, e abrir meu negócio hoje é outra vitória”, pontuou.