Oi, gente, vamos à filosofia por um tiquinho de tempo. Bacon, Locke e Hume sustentaram que o conhecimento é produto da experiência e da experimentação e, por isso, ível de aprimoramento. Eu traduzo do seguinte modo: aprimora-se o conhecimento tanto mais experiência se tenha e tanto mais experimentação se faça.
Quando o tema é política, afirmo: eu tenho acumulado experiência, conhecido boas e más experimentações e recebo de tudo isso conhecimento. Lido com a política, diretamente, desde 1982. Pensando melhor, posso dizer que desde antes disso. Na verdade, na verdade, desde 1974, quando ocupei a função de assessor parlamentar na Câmara dos Deputados. Leio, estudo, analiso, escrevo, acompanho.
A política é uma efervescente atividade; uma ciência que mexe com a vida de todas as pessoas, queiram elas ou não e, portanto, ela age na sua vida, queira você ou não. Ela está em todas as atividades humanas, pode conferir. Está na música, na poesia, na história, no teatro, está nas religiões, ela decidiu libertar Barrabás e crucificar Cristo! A política é a essência das obras de Shakespeare, por exemplo.
Diante disso, como fica a posição de quem não gosta da política? De quem acha arriscado debater a política, firmar posições e escolhas no campo dela? Eu uso o termo alienação, uma alienação conveniente para quem usa a política sem ter quem o incomode ou cobre as suas decisões.
A minha opinião soa filosófica demais? Então, vejamos se é só filosofia. Quem tomou decisões sobre quanto você é obrigado a entregar da remuneração que você recebe pelo seu trabalho aos governos. Quem decide quanto desse dinheiro será destinado para a educação, saúde ou para os carros oficiais, mordomias e conforto de quem está na política? Quem autorizou Lula governar? Quem autorizou o prefeito de sua cidade? Quem colocou no poder os vereadores, deputados, senadores, governadores? Que dinheiro os sustenta?
Quando a gente fala sobre política, a gente fala sobre Estado e quando fala sobre Estado trata de impostos e quando trata de impostos cuida da istração deles. Você acha mesmo que não vale a pena cuidar um pouco melhor dos mais de 30% do valor do seu trabalho que é entregue à istração dos políticos? Bem, sobre o seu dinheiro você responde melhor do que eu.